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Mesmo que caiam os céus

Publicado em: 21 nov 2016 Sem categoria

Mesmo que caiam os céus

Os atletas de alto nível dedicam-se mais que os outros, para buscarem ou defenderem o título que lhes dão um objetivo de vida, ou até mesmo um significado para sua existência.

Dentre os milhares de atletas, das centenas de modalidades, havia um ginasta olímpico cuja presença fazia estremecer os adversários. Seu título de melhor ginasta que já viveu era unânime, porém, para ele, sempre houve algo insuperável, suas expectativas. Tal informação insatisfatória é uma manifestação do sentimento egocêntrico que a sociedade tanto exalta.

Seu desejo de se superar para atender as expectativas alheias foi sua desolação. Ele, em um movimento que todos julgavam impossível, inclusive o próprio atleta, sofreu um acidente que custou o que ele mais amava: a liberdade sentida durante um salto. Por uma fração de segundo, o atleta não executou o movimento magnífico com a maestria necessária e danificou sua espinha dorsal. Não poderá andar novamente.

Será que foi a própria natureza humana que o fez desejar a superação de suas próprias limitações e “voar” para sentir acima de sua espécie?

Com o passar do tempo, sua existência apagou-se. O inválido sentia-se um incômodo.  As pessoas tentavam evitá-lo de todas as formas e o governo o desprezava indiretamente, com os problemas de acessibilidade e falta de programas que o ingressassem na sociedade. É como se estivesse tentando fazer o ex-atleta desistir de viver para não ter que conviver com ele.

Em um último salto, o relógio parou, o tempo passou, e ele, que ficou, se perdeu. Imagina só: como é que seria se a covardia e o preconceito da raça humana não existisse?

Iran Mendes


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